Lesão de furca pode levar a perda do dente?
Já se sabe que muitos problemas bucais podem surgir quando não se tem o hábito de ir regularmente ao dentista, entre esses tipos de problemas, temos a lesão de furca.
Talvez não conheça pelo nome, mas é uma condição mais comum do que se imagina e pode levar a perda óssea dos dentes.
Quer saber o que é lesão de furca? Continue esse texto que irei falar sobre tudo que está relacionado a ela, desde suas causas até o tratamento, vamos lá?!
Aqui você vai encontrar:
O que é lesão de furca?
A expressão “lesão de furca” (LF) é um termo que se refere a uma destruição dos tecidos de suporte dos dentes, desse jeito é que ocorre a perda de massa no espaço inter-radicular, isto é, entre a raiz do dente e a gengiva.
De modo mais técnico, a Furca é uma característica anatômica comum dos dentes, sendo definida como a área que está entre as raízes, que quando lesionadas, é onde começam a se separar do tronco radicular e causam a lesão.
Nesses dentes, as raízes dos dentes começam a se separar do tronco radicular, como se estivessem se afastando da gengiva. Quando ocorre essa separação, já é possível perceber que tem algo intenso acontecendo, não podendo considerar natural.
A lesão de furca pode ser resultante de casos graves de doenças periodontais, como a periodontite, por isso, merece atenção.
Causas de lesão de furca
A lesão de furca é uma condição que pode apresentar várias causas, entre elas, podemos destacar:
- Problema morfológico natural da pessoa;
- Consequência do posicionamento dos dentes ao longo da vida (que se altera com o passar dos anos);
- Defeito ósseo;
- Problemas dentários maltratados, por exemplo, uma cárie ou periodontites.
Quanto antes diagnosticada, mais rápido é o seu tratamento. Porém, a lesão de furca é dividida por graus, em que é necessário saber qual é o seu, para que a partir disso comece o tratamento.
Grau da lesão de furca
É importante saber que para categorizar o grau das lesões de furca existe um sistema de classificação.
Esses sistemas se organizam e se baseiam, normalmente, pelo grau de penetração da sonda periodontal – acessório que o dentista usa para mexer na cavidade oral do paciente, ou seja, quanto mais dentro do espaço entre a raiz e a gengiva, maior o grau. Esse teste é feito tanto no vertical como horizontalmente.
A classificação mais utilizada quando se trata de lesão de furca, é a adotada pelos estudos de Hamp, Nyman e Lindhe (1975), que conseguiram perceber a diferença na quantidade de tecido que foi destruído na área inter-radicular, quando comparada.
Entende-se, que na quantidade de perda periodontal que ocorreu horizontalmente no complexo radicular, pode ser dividida em 03 (três) graus, podem se estender para um 4º grau em alguns casos:
- Grau I: esse é considerado o estágio inicial da lesão, que não apresenta alterações perceptíveis na radiografia. Além disso, indica uma perda que pode ser perceptível na horizontal, que não excede um terço da largura do dente.
- Grau II: é um grau mais aumentado do afastamento causado pela lesão de furca, que pode gerar uma ou mais furcas em um mesmo dente. Corresponde às perdas de suporte horizontal superiores a 3 milímetros, mas que não chegam a atravessar ou abarcar a totalidade da área de furca.
- Grau III: lesão de furca que pode ser visualizada por radiografia. Nesse estágio, ocorre a destruição horizontal de um lado ao outro da área de furca.
- Grau IV: apresenta uma lesão avançada, quando já existe lesão na parede óssea que segura o dente e retração da gengiva e de outros tecidos moles.
Ao saber com qual grau está lidando, o profissional poderá entender como irá tratar o problema de forma mais rápida possível.
Como diagnosticar a lesão de furca?
O problema é possível de ser diagnosticado de duas maneiras, sendo elas o diagnóstico clínico e o diagnóstico radiográfico.
No diagnóstico clínico o uso da sonda de nabers é necessário para identificar possíveis lesões periodontais e perdas ósseas entre as raízes, esse procedimento é também realizado para outros tipos de exames clínicos.
Já o diagnóstico radiográfico é utilizado o registro de radiografias da região que aparenta estar lesionada, para que assim, possa chegar em uma conclusão.
Lesão de furca tratamento
Para que haja possibilidade de resolver esse problema é preciso saber como está o progresso da doença nos dentes do paciente e a anatomia radicular.
Cabe a anatomia radicular – que se entende como quantidade de raízes dentárias e canais que fazem parte de cada elemento da arcada dentária, identificar o problema.
Lembrando que a raiz dentária é a parte que prende o dente ao osso e se conecta dentro dele através dos canais que ali existem.
A partir disso, os dentes multirradiculares (dentes que possuem mais de uma rais) podem apresentar os seguintes aspectos:
- Complexo radicular: nome dado a região que vai da junção amelo-cementária até o final de cada raiz.
- Tronco radicular: está localizado na parte mais funda na anatomia do dente e abrange toda a zona não dividida da raiz.
- Entrada da furca: é nessa região que começa a furca, que é uma área que serve de transição entre o tronco e as próprias raízes dentárias. Em geral, é coroada pelo teto ou fórnix, respectivamente a parte superior da bifurcação.
- Cone radicular: é origem da raiz do dente. A zona entre os seus cones é o que designamos por “furca”.
- Ângulo de separação das raízes: é chamado também de ângulo de divergência. Dependendo da área que está a separação entre umas raízes e outras, é possível dizer se é um ângulo positivo (raízes divergentes) ou negativo (fusão de raízes).
- Coeficiente de separação: é a relação do comprimento das raízes com o comprimento do complexo radicular.
Como tratar a lesão de furca?
Buscar uma solução para a lesão de furca é de extrema importância para evitar o avanço da separação das raízes dos dentes, de modo que seja possível prevenir futuras e perdas de massa óssea.
O tratamento é importante também porque busca ajudar a devolver ao dente lesionado a sua funcionalidade.
Diante disso, o tratamento pode ser realizado de quatro maneiras, podendo sofrer variações de acordo com o avanço da doença.
Divididos de acordo com os graus que a lesão de furca pode oferecer, temos:
- Classe I: para pacientes que estejam no primeiro grau da lesão, é indicado a terapia conservadora, na qual o dentista não irá utilizar procedimentos invasivos, tentando conter o avanço da lesão com os métodos clínicos;
- Classe II: através do uso de técnicas de odontoplastia e osteoplastia, isto é, podendo fazer pequenas cirurgias de correção para melhorar a saúde bucal;
- Classe III e IV: nesses casos, é necessário que sejam utilizadas técnicas mais invasivas, que assim irão tentar regenerar as massas perdidas ou se necessário, remover o dente lesionado.
Mas não se preocupe, ao fazer um diagnóstico, o dentista pode avaliar seu caso. Se a lesão de furca for diagnosticada, ele indicará o tipo de tratamento que precisará ser feito.
O tratamento é certeiro?
Quando o assunto é lesão de furca, o resultado do tratamento dependerá muito de como está o grau das lesões. Por isso, é recomendo que não haja uma demora em buscar atendimento quando houver o diagnóstico de que há lesão de furca.
Uma vez que a capacidade de resposta do organismo do paciente sobre o tratamento também pode ser um fator que pode fazer o tratamento demorar.
Sendo assim, os tratamentos do tipo conservador apresentam uma taxa de sucesso satisfatória em lesões prematuras. Porém, podem variar de acordo com o histórico do paciente, caso tenha presença de alguma doença periodontal.
Já os tratamentos de classe II, III e IV também possuem um alto grau de sucesso, quando existem consultas de manutenção regularmente com um dentista, ou seja, para que o tratamento seja eficiente, precisa estar em dia com as idas ao dentista.
Inclusive, se quer manter sua saúde bucal em dia, agende sua avaliação aqui, será um prazer em atender você!
E se gostou do nosso texto, em alguma dúvida ou sugestão? Deixe aqui nos comentários brevemente irei responde-los.
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(2 comentários)
E como ter a segurança se o grau da lesão de Furca demanda o tratamento de extração do dente?
Sempre o melhor a se fazer é ir até a clínica e realizar uma avaliação com o profissional especialista, pois cada caso é um caso.
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